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Fato é que a natureza sempre se manifesta frente a alguma alteração na sua dinâmica. Condutas políticas, sociais e econômicas podem causar catástrofes ambientais. Essas são relatadas desde as primeiras ocupações humanas no mundo.

Já houve o desequilíbrio hídrico na época da civilização mesopotâmica ou a seca prolongada no período da civilização maia, para citar dois exemplos.

E o homem, único ser dotado de racionalidade e sendo parte integrante do ecossistema chamado Terra, tem o dever de impedir estas drásticas alterações no meio ambiente.

Você acha que suas pequenas atitudes podem influenciar nessas alterações ambientais?

Hoje em dia fala-se muito em sustentabilidade e este termo ficou banalizado quando há algum intuito ambiental, como dizem, uma intenção de prática “verde”.

A palavra “sustentável” significa aguentar, suportar e “sustentabilidade”, por sua vez, traz em seu significado dois termos muito usados em movimentos ecológicos da nossa história: apoiar e promover. O que nos remete à necessidade de realizar e disseminar ações de desenvolvimento em prol do meio ambiente.

Mas afinal, para você, a sustentabilidade é aplicável na atual dinâmica das cidades?

Antes de dar uma resposta é preciso saber que nossas cidades também compõem o meio ambiente e ainda entender o conceito de desenvolvimento sustentável.

O termo “Desenvolvimento Sustentável” começou a ser citado lá em 1987, no documento Nosso Futuro Comum, também conhecido como Relatório Brundtland, elaborado por uma Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. O documento publicou as iniciativas necessárias frente ao modelo de crescimento dos países industrializados e reproduzido pelas nações em desenvolvimento, apresentando os riscos do uso excessivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas.

Nada disso é novidade e na Casa Zero acreditamos que o progresso da sociedade tem que ser imediato. Pessoas e negócios podem construir caminhos a partir de gestos sutis de sustentabilidade criando cidades mais inteligentes e negócios de impacto social e ambiental positivos.

A seguir listamos o que acreditamos ser algumas das principais características de uma cidade para ser chancelada “cidade verde” na busca pelo desenvolvimento sustentável:
– Possuir incentivos fiscais para o cidadão ou empresa que adote estratégias, na habitação ou na sede, de eficiência energética ou mitigação de impactos ambientais.
– Operar mecanismos urbanos de priorização dos transportes coletivos ou individuais que não emitam gases do efeito estufa.
– Adotar políticas públicas que auxiliem na gestão de resíduos urbana e logística reversa da indústria.
– Operar tecnologias que auxiliem no diagnóstico de impactos urbanos na dinâmica territorial das cidades para tomada de medidas cada vez mais agéis e assertivas.

Por Luiza Franco, Fundadora da Casa Zero.

Já pensou no desenvolvimento de produtos que consumam menos energia ou reduzam a geração de lixo quando é pensado o seu design? Estes são alguns dos critérios do Ecodesign.

Fatores ecológicos são fundamentais para a concepção, fabricação, uso e descarte de produtos visando equilibrar as atividades produtivas e a preservação dos recursos naturais que mantém nossas cidades.

O método do Ecodesign é um caminho para que o mercado ofereça materiais com viés sustentável para a arquitetura e a construção.

A Casa Zero disponibiliza Palestras sobre este tema e outros que ainda vamos mostrar por aqui.

Na foto do Archdaily detalhe do elemento modular, tipo cobogó, concebido pelo artista austro-americano Erwin Hauer para a Casa Cobogó do Studio MK27 de Marcio Kogan e Carolina Castroviejo.

Você acredita que tem muita gente que ainda não sabe o quanto a arquitetura e os materiais usados em uma construção podem influenciar na saúde delas?

Quando bem escolhidos e aplicados, elementos construtivos podem favorecer o conforto das pessoas e ainda reduzir o consumo de energia de uma edificação. Um produto muito útil para favorecer a ventilação e iluminação naturais, dar privacidade, sombrear e ainda dispensar o uso de ar-condicionado é o Cobogó.

Este elemento vazado, que traz muita beleza na arquitetura, foi criado na década de 1920 em Recife para auxiliar na regulação térmica do calor nordestino. Porém deve sempre ser aplicado com técnica para garantia da eficiência. Não são indicados em condições de grandes cargas de compressão na estrutura e dependem da orientação solar e das correntes de ar. Neste último caso, para garantir o desempenho térmico e a iluminância recomendadas dos ambientes. E, lembrem-se, em regiões muito frias e com qualidade de ar imprópria, não são uma boa pedida.

O que você mais repara quando admira um edifício ou residência? Sua forma? Seu tamanho?

Olhando o conjunto de uma edificação as pessoas deveriam admirar muito além do seu porte ou volume arquitetônico. Uma construção de qualidade deve prezar aspectos relevantes para a saúde das pessoas que irão frequentá-la. Deve garantir o conforto ambiental a partir de boas escolhas de materiais e tecnologias. E, mais ainda, praticar gestos de sustentabilidade que promovam contribuições sociais para a comunidade envolvida e que minimizam impactos ambientais do processo construtivo.

Para isto, existem selos concedidos às edificações que cumprem estratégias de projeto e construtivas para a sustentabilidade. A Casa Zero é uma consultoria especialista em certificações para construções sustentáveis, incluindo o selo americano LEED da USGBC.

Por Luiza Franco, Fundadora Casa Zero.

Fotos Nelson Kon postadas no Archdaily e projeto arquitetônico Studio MK27.