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Um domingo produtivo para aprender a colocar a mão na massa e pintar com tintas naturais. No dia 28 de abril de 2019, a Casa Zero transformou um dia inteiro em oficina, no seu espaço, para incentivar uma cultura mais sustentável. Essa é uma das atuações da startup. Houve muita troca de experiências com a pintura geométrica a base de terra em parede e técnica de pintura em aquarela no papel.

Veja o antes, o durante e o depois da pintura em parede com tinta de terra deste evento promovido pela startup Casa Zero.

ANTES

DURANTE

DEPOIS

Os eventos apoiados pela Casa Zero são para dar acesso a formas mais sustentáveis de produzir e viver no ambiente construído. Com mais qualidade na produção do espaço, despertamos também uma maior consciência sobre a saúde das pessoas.


As tintas industrializadas, por exemplo, são feitas por compostos com alta toxicidade. Isso significa fazer mal à nossa saúde como danos à fertilidade – feminina e masculina – , à cognição, e um maior risco de câncer. As conclusões são embasadas em uma série de artigos científicos compilados pela organização americana Environmental Working Group (EWG). E não adianta a consideração de que a tinta é a base de água, pois as industrializadas são compostas por vários outros componentes, mesmo que tenha sido excluído o solvente.

Para esta oficina tivemos as mediadoras Ana Paula Rocha, Bianca Carvalho e Lívia Chaves. Todas elas especialistas em bioconstrução.  E ainda o apoio da @souminha.sou e da @casajardina .

Por @luizafranco ,  fundadora da @casazero.

Fotos: acervo pessoal

A Casa Moeda prioriza o resgate da história da terra em que está inserida junto ao Monumento Natural Estadual da Serra da Moeda em Minas Gerais. Ela abrigará uma família que carrega o desejo de cumprir com os aspectos da bioconstrução desde a concepção e irá fazer uso do solo para aplicação do processo vernacular em taipa de pilão. A ser construída no município de Moeda (Minas Gerais, Brasil), o projeto irá resgatar as técnicas construtivas da bioconstrução associada à contribuição de recuperação da dignidade dos moradores da região após as tragédias de rompimento das barragens de mineração em Mariana e Brumadinho. No estado existem mais de 480 barragens de rejeito e, na região metropolitana onde situa o terreno, existem aproximadamente 131. O projeto se propõe a aplicar a tecnologia de incorporação de porcentagens determinadas de rejeito na massa de terra e, ainda, em substituição de parte dos agregados do concreto a ser usado na fundação e pavimentação. Além disso, associa técnicas regionais para a construção como o uso do bambu e de madeira, e sistemas tecnológicos industrializados para totalizar todo o viés sustentável possível para uma edificação residencial.

No início da concepção foi primordial a análise de aspectos relevantes de conforto ambiental, do desejo do cliente e do respeito ao local como: dimensionamento; privacidade; visuais; ventilação; umidificação;  insolação; topografia; conjunto; e entorno.
Essa etapa busca a garantia da qualidade do ar interno, apropriação de soluções para condições de desconfortos de frio ou calor, correntes de ar e umidade, vibrações e ruídos impróprios, além de condições de luminosidade para os ambientes.

O projeto foi desenhado a partir da criação de 4 blocos com a associação dos ambientes que mais se relacionam e, ao mesmo tempo, tivessem volumetrias equivalentes dois a dois, proporcionando uma coordenação modular. Desta forma, definiu-se os blocos estar, social, íntimo e repouso no pavimento térreo, mais a área da oficina no subsolo.

Os blocos foram implantados no terreno de forma a priorizar a vista e captar as melhores condições de conforto ambiental, além de posicionarem em condições favoráveis à topografia. Os mesmos se integram por pátios com cobertura zenital estruturada em madeira e recoberta por vidro e ainda com fachadas em cobogós, tornando um ambiente de conexão com o exterior a cada passagem entre blocos.

Ainda apropria de estratégias bioclimáticas por meio da iluminação e ventilação naturais. Parte dos blocos é banhada por um espelho d’água que tem o papel de armazenar a água pluvial das duas maiores coberturas da edificação. Esse se conecta em uma piscina para o lazer funcionando como um reservatório aberto e dinâmico.

A oficina, além de ser um ambiente particular demandado pelos futuros moradores que querem praticar trabalhos manuais de design, teve a premissa de ser isolada para não trazer perturbações na rotina diária da casa. Assim o ambiente ganhou um acesso individual e foi implantada no subsolo, mas ainda com visada para a paisagem do entorno proporcionando inspirações.A gestão de uso da residência contempla sistemas e tecnologias para geração de energia por fonte renovável e gerenciamento das águas por meio do aproveitamento máximo de água da chuva, tratamento de água cinza e negra com reuso em um sistema fechado.

Projeto arquitetônico:

@luizafranco e @rocha.anap

Parcerias:
@biagasparini – consultoria em gestão de uso e saneamento ecológico
@macrameecologico – consultoria em construção com terra e saneamento ecológico
@expansivoarquiteura – imagens

@biccarvalho – 3D

@melojp – ilustração